Pertenço ao grupo dos que suspeitam que dentro do território dos Estados Unidos já está uma bomba suja à espera de ocasião para fazer grandes estragos, ainda que o seu efeito radioactivo vá afectar mais a psique do que os corpos. As notícias que surgem agora, ainda que muito empoladas com o ar da efeméride, dão nota de que esse grupo compreende responsáveis norte-americanos.
“Recently, as a response to the threat of a dirty bomb, the NYPD updated their methods of detecting unusual levels of radiation by combining their radiation monitoring systems and GPS mapping. This allows officers to know whether or not certain signals are irregular or part of the normal city environment providing a more accurate defense against this type of threat.”
Entrementes, a Embaixada de Israel no Cairo... por MCV às 23:28 de 09 setembro 2011
Noções
Andando aqui a fazer um levantamento de avaliações de terrenos, dou-me conta da quantidade de terrenos ditos novos e usados, nos anúncios de duas imobiliárias. Curiosamente, dos ditos novos, para os quais talvez a melhor designação fosse “a estrear”, nenhum parece ser em floresta virgem ou lugar equivalente. por MCV às 14:50
Razões
Não há nada melhor para um tipo se sentir racional do que este programa: Ouvir com atenção os comentários e as análises à volta à Espanha em bicicleta de um qualquer comentador; Ouvir com atenção as análises bolsistas e as razões apresentadas para a subida e descida de cotações de um qualquer analista financeiro; Ouvir com atenção as impressões e indicações sobre um vinho de um qualquer especialista em comentários vínicos; Ouvir com atenção as frases proferidas por um qualquer marqueteiro a propósito de qualquer produto publicitado. Cumprida esta via sacra, sente-se o indígena mais iluminado. Ainda que relativamente e não absolutamente. Ah, ouvir o ministro Relvas no fim (grande coincidência esta), a falar seja do que fôr, ajuda ainda mais. por MCV às 17:17 de 08 setembro 2011
Percebe-se a infância da arte no que respeita a testes de ADN e ao seu significado legal. Percebe-se que há um enorme abismo intelectual entre quem estuda a estrutura genética e faz testes comparativos e os que, nos tribunais, esgrimem com tais elementos como se fossem peças saídas de uma máquina mágica. Os primeiros ainda se debatem com a comparação de exemplares e com as probabilidades de acerto. Os segundos parecem esquecer as precauções básicas que qualquer indício, seja ele de que natureza fôr, deve suscitar ao ser apreciado. Uma moeda, um pedaço de tecido, um som registado, um rosto numa fotografia, um vestígio de secreção humana, podem aparecer aqui ou acolá por inúmeras razões. Ou, como dizia o outro, só depois de excluirmos o impossível, é que aparece o provável. por MCV às 17:34 de 07 setembro 2011
Uma cara
O senhor ministro das Finanças, cuja capacidade intelectual me parece boa, embora me dê a ideia de que falta política e sobra gestão, coisa que seria talvez difícil de demonstrar através de processos racionais, é a cara chapada do meu velho amigo A.R.. Esse homem sempre teve ideias muito sólidas àcerca de certos aspectos da economia das nossas províncias. Com as quais eu de resto concordava. Não sei se o seu sósia me levará a concordar com ele. Mas verifico que se esforça. Embora também isto não seja fácil de demonstrar através de processos racionais. por MCV às 21:32 de 06 setembro 2011
Imposto sobre a estupidez
Dizem que a estupidez não paga imposto. Mas a estupidez, a repetida estupidez, na escolha dos governantes, ó se paga! Talvez que se possa taxar duplamente por ser ainda nociva à saúde. Não há nada como o eugénico e higiénico homem novo. O tal que mata tudo o que ele julga lhe ser inferior e acaba morto pela turba.
Quase quarenta anos depois de um leão em Rio Maior, este Verão dispôs logo no início um crocodilo nas águas de Castelo de Bode.
Do leão ficou a lenda, já meio esquecida. E algumas tentativas de explicação mais ou menos caricatas.
O contemporâneo crocodilo, posto que chegado na era da fotomania e da comunicação instantânea, deve ter tido um trabalhão a furtar-se aos passantes marginais e aos marinheiros de água doce na posse dos seus telemóveis e quejandos cheios de pixeis.
E com isso fez do Zêzere um Letes estival. Já ninguém se lembra da alimária de casca grossa. por MCV às 19:20 de 05 setembro 2011